O que ninguém viu

Mesmo fugindo eu vou esperando, mesmo sorrindo eu vou chorando, mesmo vivendo eu vou morrendo. A cada segundo, deixo o fingimento surgir para a revolta calar, sigo o meu caminho para te esperar.
Estou sem rumo, ao acaso, nesta incerteza de que irei encontrar, a beleza do amor nesse teu simples olhar.
Nestas idas sem voltas, inundo feridas e escondo revoltas. Com lágrimas vou mentindo, vou cicatrizando, o que vou sentindo, o que me vai matando.
Felicidade? Já senti, mesmo cheia de egoísmo, palavras desajeitadas, eram elas os carinhos que à muito tu me davas.
A verdade é que quando se gosta, tudo vai mudando, todo o mal parece bem, tudo se renova. Mesmo que tenha acabado não deixa de ser recordado.
Foi algo que se construiu e, acabou por se perder, nunca ninguém o viu, e isso faz-me sofrer.

(Adriana Veloso)

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