A falta de palavras, a vergonha, o medo de olhar nos olhos reinava, algo estranho ali estava. Foi difícil acreditar que era a primeira pessoa que talvez amava.
Agora juntos, a saudade fica na memória, pensamos muito nela, sentimo-la de forma tão pessoal… mas nem por isso a vemos. Lutamos cada dia, é cada vez mais difícil, a vontade de estar contigo é cada vez maior. Sabemos que não podemos estar juntos todos os instantes, nem sequer todos os dias. Pelo menos, em pensamento, leva-me contigo onde tu fores, esteja frio ou calor, seja cómodo ou sem-abrigo.
O verdadeiro sentimento está aqui e é dado, não tem quaisquer imposições, (digo isto) porque tudo é enfrentado, sejam quais forem as razões. As nossas razões são a distância e a saudade, elas não escolhem idade para pôr alguém assim, para dar cabo de mim. Este sentimento foi algo que nos atacou, algo que ficou no pensamento, aquilo que nos marcou.
Vencemos sempre o que nos faz sofrer: conseguimos estar presentes na ausência, sentimos saudades, estamos perto, mesmo na distância. Um dia perguntaste – “Onde queremos chegar?” – Eu não faço a menor ideia. Vamos apenas esperar e abrir estas janelas, deixar as coisas belas que andam no ar entrar.
Só quero que saibas que quando se muda os caminhos, faz-se por alguém…
(Adriana Veloso)