Asas de insecto

Deixo a colmeia, voo às cegas, as flores atraem-me, vou em direcção à mais bela pétala para descansar a alma. Enquanto isso, canto a minha dor…
As minhas asas são transparentes, mas nem todos vêem através da sua instabilidade. Nelas reflecte o Sol, tal como o resto do Universo, onde eu sou apenas um insecto.
Sou forte. A minha força é preenchida por lutas que vêm de outras vidas, onde voei sobre as adversidades. Sou também fraca, onde pensei em desistir, onde me vi desfalecer, abriram golpes na minha fragilidade.
A Primavera chega, está na hora de voar para longe, porque aqui é como se ainda fosse Inverno, milhares de anos de tempestade. Obrigando-me a fugir, largar a colmeia e voar sem vontade de os perder… O meu vulto começa então a desaparecer, as minhas asas de insecto quebram a cada despedida, recomeçando uma nova vida.

(Adriana Veloso)

1 comentário:

Anónimo disse...

:)