O que ouves à noite...

O que ouves á noite não é um choro. É o meu desespero, a tua falta. Procuro-te, mas na tua porta tem uma espécie de sinal a dizer “vazio”! Porta essa por onde entrei sem medo, sem pensar. Neste frio, caminho sem fim, preciso de ajuda e não tenho um ombro onde me apoiar. Continuo caminhando e quando tento pôr na cabeça que já partiste, há uma luz que me cega, a tua luz!

Ouvi dizer que havia um código secreto: o maior vence e o menor perde. Se assim for, vou perder. Neste momento, sinto-me inferior a uma formiga, como é possível que eu me rebaixe tanto? Eu não sou assim, pelo menos, não costumava ser.

Vejo tantas caras à minha volta… todas me vêem lutar e perder. Por isso, espero que vão embora… volto a lutar e volto a perder. Quando pensei que perdi o meu rumo, deste-me força para suportar, disseste que estarias aqui para carregar o meu coração quando este se enchesse de sombras e desaparecesse. É o que está a acontecer, o meu coração foi-se, sinto-me vazia! Procuro por ti “amigo”, procuro as pegadas que deixaste na minha vida, ajuda-me a encontrá-las e mantê-las intactas.

Tento acreditar no que o meu coração me diz e ouvir a melodia que está a tocar, mas sempre que mudo de melodia, passo atrás… oiço a “nossa” música vezes sem fim. Decorei cada quadra, cada frase, cada palavra, cada letra, cada sinal. Chego a irritar-me comigo própria porque sou apenas uma gota num grande oceano.

Simplesmente vivi o momento. Porém, fechei os olhos e o momento desapareceu!

(Adriana Veloso)

1 comentário:

Ricardo Veloso disse...

Histórias tristes podem não ter um final feliz, mas fazem-nos crescer.
Amo-te